quinta-feira, 30 de agosto de 2012

1º Filme do Ciclo Documentários Musicais

Após ler o livro Noites Tropicais, de Nelson Motta, Claudio Manoel – um dos integrantes da trupe do Casseta & Planeta – decidiu documentar a história de Wilson Simonal. Só que logo descobriu que Calvito Leal e Micael Langer, outros dois talentosos cineastas, já estavam desenvolvendo um projeto semelhante. Ao invés de disputarem belezas, sabiamente resolveram se unir num trabalho único. E o resultado é o impressionante Simonal, Ninguém Sabe o Duro que Dei, um dos mais interessantes documentários do cinema nacional recente. Sem medo de ser tradicional, a fórmula básica é seguida à risca – entrevistas, depoimentos e muita imagem de arquivo – porém este material chega até nós embalado de forma atraente e estimulante, contando ainda com uma edição primorosa e uma trilha sonora riquíssima. Impossível não se deixar levar. 

Wilson Simonal foi um dos maiores nomes da música popular brasileira entre os anos 60 e início dos 70. Ex-cabo do exército e filho de uma empregada doméstica, negro e pobre, foi um dos primeiros artistas nacionais a conseguir mover multidões, agrupando centenas de milhares de pessoas a cada novo show. Suas apresentações eram poderosas, envolventes e dinâmicas. Ou seja, era um verdadeiro ‘entertainer’, no sentido mais amplo do termo – cantava, animava, divertia, encantava. Porém, lá pelas tantas, mais por ingenuidade e ignorância do que por ser realmente mal intencionado – ou ao menos é o que somos levados a crer – Simonal acabou se metendo em uma confusão com o DOPS – lembre-se, estamos no auge da Ditadura Militar no Brasil – até hoje não muito bem explicada. Acusado por uns de ser delator a serviço do governo e por outros de não se assumir politicamente, terminou por cair num ocaso que encerrou abruptamente sua meteórica carreira. Em questão de meses ele, que comandava plateias ensandecidas, ficou completamente sozinho. A imprensa, os amigos do estrelato, o poder estabelecido – ninguém ousava se manifestar ao seu lado, ao seu favor. Mesmo duas décadas depois, quando conseguiu um documento que o inocentava de qualquer acusação nunca comprovada, sua relação com os fãs e com a mídia nunca mais foi a mesma. A bebida, então, lhe pareceu o único caminho. E a morte, por cirrose hepática, em 2000, não causou surpresa em ninguém.

Simonal, Ninguém Sabe o Duro que Dei tem como maior mérito o dom do equilíbrio. Apesar do formato documental, é tratado como um enredo de suspense, e assim nós, espectadores, nos sentimos durante a projeção: o que irá acontecer? Qual o próximo passo? Como isso irá se solucionar? São tantas as questões que vão surgindo – e muitas respondidas apenas parcialmente, apesar de todos os esforços dos envolvidos – que cada um do lado de cá da tela se sente apto a construir seu próprio filme, participando de um processo inteligente e perspicaz. Ganha, assim, o longa, por respeitar a audiência e reconhecer suas limitações, assumindo-as, e o público, que é possibilitado interagir na elaboração de uma obra muito acima da média, a despeito da aparente simplicidade que expõe.

Premiado no É Tudo Verdade – o mais importante festival de documentários do país e um dos mais reconhecidos de todo o mundo – com uma Menção Honrosa e eleito no Festival de Paulínia como Melhor Documentário tanto pelo júri oficial quanto pelo popular, Simonal, Ninguém Sabe o Duro que Dei é daqueles filmes que fala direto com o emocional, apesar de conseguir estabelecer ricos diálogos com a razão. Dando espaço a todas as manifestações, exibindo um rico conjunto de entrevistas – que vão de Chico Anysio aos filhos Simoninha e Max de Castro, passando por Boni, Castrinho, Ziraldo, Jaguar, Arthur da Távola, Barbara Heliodora, Tony Tornado, Raphael Viviani e até o já citado Nelson Motta – e com uma direção de arte e cuidado gráfico deslumbrante, o filme não só faz jus à personalidade retratada e o que ela representou para a cultura nacional, como oferece um resgate necessário e de grande destaque, mais do que justificado pelo que aqui apresenta. Visualmente atraente e com um ótimo recheio, é um trabalho admirável e digno de qualquer aplauso. Uma bela e grata surpresa – tanto para quem conhecia Simonal como para todos os outros que aqui encontram uma oportunidade única de descobri-lo por inteiro.  

Retirado daqui.

SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 04 de setembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

16ª SESSÃO ONLINE DO BG


O fascínio pelo fantástico e a influência expressionista da arte de Tim Burton.

VINCENT


Sinopse:a história de Vincent Malloy, um garoto de 7 anos que quer ser como Vincent Price.

Gênero: Stop Motion
Direção: Tim Burton
Ano: 1982
Duração: 5'
País: Estados Unidos

domingo, 26 de agosto de 2012

A Retomada


E aí Buraqueiros amigos de plantão!

É com animação e disposição renovadas que a equipe do Cineclube Buraco do Getúlio anuncia a volta plena e a todo vapor das atividades por nós realizadas.

À partir de setembro, as sessões de terça-feira retornam no mesmo horário, às 20h, exibindo filmes de longa metragem nacionais, e no mesmo local, a Casa de Cultura de Nova Iguaçu. O diferencial é que as sessões serão realizadas no pátio, ao ar livre! Vamos aproveitar as belas noites de primavera e verão que estão por vir! É claro que em dias de chuva teremos um plano B, mas as sessões estarão lá, faça chuva ou faça sol!!!

A nossa volta para a Casa se dá por convite do Secretário de Cultura Anderson Batata, pois ambos, equipe do Cineclube e Secretário, partilhamos a ideia de que o trabalho de formação de público para cinema nacional, que já vínhamos realizando dentro do principal equipamento cultural público da cidade, não pode parar. Espaços são para serem ocupados e não para ficarem vazios!

Já as sessões de sábado, que aconteciam nos primeiros sábados de cada mês, agora acontecem no SEGUNDO SÁBADO e no ANANIAS BAR! O horário também mudou, as sessões começam às 21h e só a animação do público e das intervenções dizem que horas tudo acaba. A volta às origens está oxigenando o BG e em breve traremos as novidades sobre a próxima sessão! Mandem sugestões de intervenções pra gente!!!

É isso aí galera, estamos de volta! 

E pra quem desejou o The End do BG, nós temos um recadinho: CHUPA!!!


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

15ª SESSÃO ONLINE DO BG

Quem vive de passado é museu?
Câmera na mão, diálogos e a noia nossa de cada dia.
 Filme é pra ser visto e compartilhado!

FANTASMAS



Sinopse: O fantasma da ex.
Gênero: Drama (será?)
Direção: André Novais Oliveira
Ano: 2010
Duração: 11'
País: Brasil

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

14ª Sessão Online do BG

As galinhas francesas sempre foram mais interessantes que os homens...



ROBOCOQ


Robocoq from ESMI on Vimeo.

Sinopse: em 2112 as galinhas possuem dentes devido a um experimento de um cientista. Por causa dos dentes, a granja é alterada. Para restaurar a ordem, é necessário voltar ao tempo. Os galos enviam ao passado um robô.


Gênero: animação
Direção: ESMI
Ano: 2012
Duração: 7'
País: França

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

13ª Sessão Online do BG

Dos filmes simples. Grandes. Cheios de amor:


DEDICATÓRIA

Sinopse: “Em novembro do ano passado, uma pessoa super importante pra mim, iria fazer aniversário no dia 09. Mais ou menos uma semana antes resolvi dar de presente a ela o livro “Poesia Completa” do Manoel de Barros (poeta preferido dela). Quando cheguei em casa com o livro e decidi escrever a dedicatória. Porém, não consegui. Talvez pela infinita distância entre a beleza da escrita do Manoel e a minha. Ou talvez pela distância entre mim e ela. Não sei. Sei que com isso, comecei a pensar que era o próprio livro que não me deixava escrever nas suas páginas, pensei que como a poesia de Manoel de Barros foi escrita no meio do mato, o livro podia estar traumatizado por estar numa cidade de concreto, precisando se reencontrar com os lugares que ele foi concebido pra me deixar escrever a dedicatória. Pois é, viajei né? Sim, viajei. Dessa viagem da minha cabeça, acabou virando algo real. Como faltava só uma semana para o aniversário Dela, comprei uma passagem no dia seguinte para Campo Grande, terra do Manoel. Nesse momento, pensei em registrar toda essa trajetória de uma forma experimental, para ver se dali saía talvez um curta, um documentário, uma dedicatória. Passei 3 dias lá sozinho, levando o livro pela cidade, pelo meio do mato, no meio dos bichos e afins. Fazendo cada poesia do livro voltar a sentir “o cheiro do sol de lá”… Toda essa trajetória me levou a um final incrivelmente mais lindo do que eu poderia imaginar, mas isso prefiro que vocês vejam no próprio filme. Bom, voltando a trajetória, voltei para Porto Alegre e consegui finalizar o curta até o dia do aniversário. Entreguei para Ela o livro com um laço de presente, na Casa de cultura Mário Quintana. Mas, antes que ela abrisse o livro para ver a dedicatória, fomos até umas das salas de cinema de lá e passei o curta numa sessão fechada pra ela. Essa é a história desse curta, dessa experiência… espero que vocês gostem.”

Gênero: (alguém me ajuda a definir?)
Direção: Biel Gomes
Ano: 2012
Duração: 12'
País: Brasil