quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

33ª Sessão Online do BG

AS 7 MORTES DE PEDRO, O MENINO QUE COLECIONA CRÂNIOS DE VACA

Sinopse: um menino e sua teoria de que existem apenas 7 formas de morrer.

Gênero: ficção
Direção: Fabricio Brambatti
Ano: 2012
Duração: 5'
País: Brasil

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

32ª Sessão Online do BG


AINDA, O NATAL


Sinopse: Em tempos de crise, como será esta época para o Pai Noel?

Gênero: animação
Direção: Cláudio Sá
Ano: 2011
Duração: 1’
País: Portugal

sábado, 15 de dezembro de 2012

Última Sessão do Ciclo Ho ho ho!

Fim do ano chegando e a gente em ritmo de coração de Noel. Pra fechar nosso Ciclo Ho ho ho! e comemorar a última sessão de 2012, vamos realizar um Filme Oculto! 

Buraqueiros, (isso é válido só pra quem estiver presente na sessão, viu?)o primeiro que adivinhar o filme surpresa que rolará dia 18 de dezembro na Casa de Cultura de Nova Iguaçu levará pra casa um presente do Buraco! Embrulhado e cheio de coisas bacanas!

Além disso, logo após a sessão rola pocket show com Maurício Galo e seu incrível repertório Asfaltando Dor Pequena. Voz e violão pra cantar junto e misturado.

E aí? Descubra se for capaz!






SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 18 de dezembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

31ª Sessão Online do BG

CÂMARA VIAJANTE


Sinopse: Documentário que retrata o universo e o ofício dos fotógrafos populares que atuam nas festas, feiras e romarias do interior nordestino. A visão do artista do retrato pintado, suas técnicas e seu trabalho.

Gênero: Documentário
Direção: Joe Pimental
Ano: 2007
Duração: 20'
País: Brasil

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Babilônia 2000

Na manhã do último dia de 1999, uma equipe de cinema sobe o morro da Babilônia, no RJ. Nele existem duas favelas - Chapéu Mangueira e Babilônia. Durante 12 horas, cinco câmeras digitais, espalhadas pelo morro, registram os preparativos para o réveillon. Os moradores fazem um balanço de suas vidas e expressam suas expectativas para o ano 2000.

Melhor Documentário, no Grande Prêmio BR de Cinema em 2000:





domingo, 9 de dezembro de 2012

2º Filme do Ciclo Hohoho!


Em Babilônia 2000, Coutinho impôs algumas modificações na sua forma de filmar. Decide, em função mesmo da natureza do projeto - filmar a passagem do ano 1999/2000 no morro da Babilônia - dividir a filmagem com outras quatro equipes. O que pode sugerir a seguinte pergunta: o que se passa com a autoria de um documentário feito de imagens técnica e estéticamente heterogêneas, com vozes e entonações diferentes elaborando questões desiguais? O que faz essa diversidade ser, afinal, um filme de Eduardo Coutinho? A lei antropofágica - "só me interessa o que não é meu" - pode fornecer uma pista: filmar outras experiências de mundo para além das nossas, filmar o outro, parece ser, no cinema, o que desde sempre atraiu Coutinho. Multiplicar as equipes, os pontos de vista sobre o mundo a ser filmado, interagir com os personagens de várias formas, mesmo se nada disso tenha sido pensado à priori, intensificou esse movimento de sair de si, atingindo dessa vez a próprio figura do diretor-autor, que se fragmentou, se deslocou, descentralizando uma onipresença até então natural.

Nessa filmagem, ao princípio espacial da locação única (morro da Babilônia), somou-se um princípio temporal - realizar as filmagens em menos de 24 horas - e um princípio técnico/econômico - utilizar indiscriminadamente diferentes tecnologias digitais. Para Coutinho, se houvesse filme, ele teria de surgir dessa limitação espaço-temporal-tecnológica, dessa "prisão", o que implicou em muitas tensões e alguns riscos. O maior deles foi, em função do tempo de filmagem, o da superficialidade. Pois, em um certo sentido, Babilônia 2000 é quase oposto à Santo Forte, que coloca em cena 13 personagens, selecionados previamente depois de uma longa pesquisa e montados em longos depoimentos. 

As diferenças entre os dois processos de filmagem nos permitem, para além de qualquer julgamento de valor, vislumbrar as qualidades de um diretor que se permite tantas modificações em um curto espaço de tempo. Não que tudo se mova, mas há permanências e mudanças que são interessantes de serem apontadas. Babilônia 2000 reúne muito mais personagens do que Santo Forte, com intervenções diferentes. Um personagem como "People" por exemplo, citado no início desse artigo, tem apenas uma rápida participação, mas o que ele nos diz faz ressoar algo fundamental no filme, que é a vontade de falar e a força inventiva no uso da língua. Há personagens com os quais temos um contato bem mais longo, como é o caso de Dona Djanira, que conheceu Jucelino Kubicheck no "triplex" onde trabalhava, que lembra da história da mãe que "engomava o pai para ir para farra, pois o homem é da rua", mas diz que com ela não, ela não aceitaria uma situação assim, "nana-nina-não". A filha Cidinha fala de sua educação "elegante", "fui criada nesse estilo, compreende? Vestidinha, limpinha, cheirosinha...". As imagens da câmera que acompanhou Coutinho possuem uma estabilidade maior, uma qualidade mais "apropriada", com poucos movimentos de câmera, enquanto as que foram realizadas pelas outras equipes são perpassadas por uma instabilidade de base, estão sempre em movimento, perdem o foco em muitos momentos. Diferenças técnicas/estéticas muitas vezes imperceptíveis para o espectador e completamente desprezadas por Coutinho durante o processo de montagem. O que conta é a força dos personagens, como é o caso de Carolina, faxineira, mãe de duas belas filhas, que nunca ficou sozinha, que a bagunça da casa lembra "a de Charles Chaplin", que pinta o cabelo ao mesmo tempo em que prepara a ceia, que manda roupas para "o nordeste porque lá é muito pobre"; ou Roseli, que descasca batatas na porta de casa, e descreve sua relação com a comunidade da seguinte maneira: "nós fomos criadas aqui, nós nascemos aqui, nós não somos mais produtos do meio, mas fomos criadas no meio e não esquecemos o meio. A gente não vive mais no meio, eu e ela, mas meus pais moram aqui. (...)". Do seu modo, faz uma análise da religião no Brasil, descreve o que seria um país melhor, mostra a casa. Dois depoimentos longos e complexos com personagens entrevistados totalmente ao acaso, sem qualquer contato prévio. Eis alguns exemplos que indicam como a ideia de superficialidade, de superfície ganha, nesse filme, um outro sentido, radicalmente positivo. Um corte em profundidade não é necessariamente mais revelador do que a superfície, plena de sinais de vida, dor, saúde, doença. A radiografia informa, mas um bom médico pode diagnosticar pela cor da pele, pelos olhos, por efeitos na superfície do corpo e também pelo que é dito, pela linguagem.

Babilônia 2000 é resultado de um dispositivo, criado por Coutinho, frágil, mas absolutamente fecundo e libertador para quem quer fazer cinema. Mostra que é possível se transformar a cada filme, mantendo no entanto alguma coisa. Não uma ideia, um tema, um modo de fazer, mas um certo movimento que faz do cinema uma arte cada vez mais impura, aberta ao mundo, à diferença, ao imponderável, ao presente.

(Resenha escrita por Consuelo Lins, doutora em cinema e audiovisual pela Universidade de Paris 3 e documentarista. Retirada daqui.)

SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 11 de dezembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

sábado, 8 de dezembro de 2012

O Buraco é Fundo, Acabou-se o Mundo!

A profecia está lançada: O Buraco de hoje vai ser do c@r#lh%! Nada de ficar no Facebook reclamando que tá quente. É véspera de fim do mundo!! Tudo junto e misturado ao som de Charanga do Caneco, filmes e setlist de DJ BiOn! Se é pra morrer, que morremos com estilo: cerva gelada, rock'n'roll, marchinha e aquele amigo pra chamar de seu, HOJE, no Anania's Bar. Chega junto, o Buraco é Fundo, Acabou-se o Mundo!


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

30ª Sessão Online do BG

Criada em parceria com a desenvolvedora de games Unity usando seu novo software Unity 4.0 3D software. O filme é uma homenagem aos bons filmes de ação que tiveram inícios nas décadas de 1970 até 1990. A música é um heavy metal: Grim Reaper com o vocalista Steve Grimmett.

O Efeito Borboleta (animação)


Sinopse: Sujeito comum acorda numa manhã e percebe que precisa comprar leite. Uma sequência de eventos causados por uma borboleta faz estrago gigantesco nas ruas de São Francisco.

Gênero: animação
Direção: Dan Sumich
Ano: 2009
Duração: 3'
País: Inglaterra

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

1º Filme do Ciclo Hohoho!

Fim de ano. Fim de mundo. A gente só tem uma coisa a dizer: Hohoho! Vai ser boa a festa, hein?




"Este não é o filme da minha vida, é apenas o meu filme de estréia."
(Selton Mello)



domingo, 2 de dezembro de 2012

Feliz Natal

A estréia de Selton Mello na direção de longas-metragens não deixa margem para dúvidas quanto à filiação do Selton diretor frente a dois filmes onde o Selton ator foi parte importante da criação: Lavoura Arcaica, de Luis Fernando Carvalho; e O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia. 

De Lavoura, vêm a fotografia e a trilha sonora hiper-presentes como elementos de sobresignificação e de desejo construção de um universo essencialmente cinematográfico, além do ambiente da família e seus traumas como elemento catalisador dos dramas em cena (além da presença na tela de Leonardo Medeiros como protagonista, claro). 

Já de Cheiro do Ralo vêm uma estrutura dramática calcada nos jogos de poder e violência entre os personagens, sempre no sentido de um esgarçamento das relações, além de uma construção de cena que pensa cada cena como um pequeno palco para a performance dos atores (...)

O filme começa com alguns planos rápidos e hiperaproximados de corpos que se esfregam, além de uma grua elegante que esquadrinha o espaço de um ferro-velho. Logo, o personagem de Leonardo Medeiros, que havíamos visto no ferro-velho, chega a uma festa de Natal, onde aos poucos vamos entendendo as relações. A festa é filmada com uma câmera nervosa e expressivamente próxima dos corpos, usando de uma montagem cheia de picotes entrecortados. Vamos tendo acesso a pedaços de situações apenas, a diálogos que se referenciam a um passado de ressentimentos generalizados e que sinalizam um estado de perversão latente (a proximidade dos corpos de mãe e filho, o olhar dele para a sobrinha, as relações extra-conjugais somente subentendidas). Logo, porém, na medida em que a festa se aproxima de um final bombástico, os cortes rápidos são substituídos por um longo plano-sequência que em grande parte acompanha Darlene Glória no papel de uma mãe de família completamente entregue aos barbitúricos e álcool, quase fora da realidade.

Tanto num primeiro momento como no outro, Feliz Natal expõe de saída seu funcionamento estrutural: ele se propõe como exemplar de um cinema da performance. Performance dos atores, pois praticamente todos têm um momento para solar em cena, momentos que funcionam como se quase tudo parasse para que assistamos a um discurso de Darlene Glória, a uma réplica de Lúcio Mauro, a uma dança de Cláudio Mendes, a um surto de Thelmo Fernandes, a uma intervenção inteligente e/ou fofa das crianças. Mas também performance dos elementos artísticos do filme: a câmera que chama a atenção para seu trabalho com o foco e com a proximidade dos corpos, a fotografia que chama a atenção para seu uso dos grãos e do escuro, a montagem que chama a atenção para seus cortes abruptos ou raccords inesperados, a trilha sonora que chama a atenção para seus acordes dramáticos. Como resultado, Feliz Natal é um filme que funciona quase o tempo todo na hiperatividade, no perigoso jogo de afogar o espectador numa catarse dos elementos cênicos.

É claro que esta opção é um dado inicial do filme, e não algo a ser elogiado ou criticado por si mesmo. E que este desejo de catarse da linguagem se irmana ao momento de catarse familiar e pessoal vivenciado pelos personagens: se tudo em Feliz Natal é over, isso começa com os personagens e suas experiências. No entanto, deve-se perguntar sempre a um filme: por que esta opção pela catarse em si? Afinal, como dado, a “ficção da família disfuncional” já é hoje algo tão batido e estabelecido quanto a da “família feliz” um dia foi – e Selton Mello parece sempre consciente disso, tanto pelas influências com as quais dialoga abertamente, quanto até por colocar na boca do personagem de Darlene Glória em determinado momento uma piada com o próprio termo da “disfunção”.


Não é por acaso, então, que no meio a uma constante histeria de registro e de vivências de personagens, Feliz Natal faz questão de apostar aqui e ali na ponta solta, na sutileza de construção possível. É o ódio paterno que mais se subentende do que explica, é a vivência passada com os amigos que mais se alude do que mostra, é acima de tudo a presença de alguns personagens que, dois tons abaixo, conseguem uma curiosa empatia no meio do caos reinante (pensamos principalmente no casal formado por Paulo Guarnieri e Graziela Moretto). Há aqui um curioso curto-circuito dentro mesmo da lógica de Feliz Natal que, paradoxalmente, causa alguns de seus momentos e qualidades mais fortes e ao mesmo tempo sabota uma possibilidade de lógica interna que resolva o filme de forma mais definitiva. O filme passa a viver desta maneira bipolar: encontra considerável impacto em vários momentos de performance, mas maior empatia naquilo que não explora tão avidamente, que deixa mais quieto e ao fundo. Só que a constante ida e vinda entre os dois, torna o filme bastante exasperante.

(...) Transita o filme de Selton Mello o tempo todo: entre a histeria e a sutileza, o estereótipo e a construção individual de personagem. Nesta corda bamba e tanto que se dispõe a explorar, o filme se expõe a várias quedas, mas também faz por merecer vários aplausos por momentos de real maravilhamento.

(resenha retirada da Revista Cinética)

SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 04 de dezembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

29ª Sessão Online do BG

PARA INGLÊS VER







Sinopse:  Conduzidos por jeeps e guias, turistas estrangeiros anseiam por descobrir o “exótico” universo da favela. A pobreza transformada em atrativo provoca profundas discussões sobre a favela, a cidade e o turismo.

Gênero: Documentário
Direção: Vitor Granado e Robson Dias
Ano: 2008
Duração: 25'
País: Brasil

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá



Milton Santos é a ponte com o público. Não se trata de um documentário sobre ele, mas por meio dele e legitimado por sua voz. Suas frases explicitam com todas as letras a tirania existente sob o manto sagrado da democracia... Pra fechar o Buraco Negro.






sábado, 24 de novembro de 2012

3º Filme do Ciclo Buraco Negro


No filme “Encontro com Milton Santos – O mundo global visto do lado de cá”, é feito um recorte singular sobre a globalização, a sociedade de consumo, as divisões que esta sociedade se encontra, o território, os efeitos famigerados da globalização, as crises que esta promove, as barreiras físicas e simbólicas postas pelo capitalismo como efeito da globalização, o papel da mídia e as revanches organizadas por suas maiores vítimas.
A crise se estabelece e Milton Santos faz este alerta quando afirma que: “O consumo é o grande fundamentalismo”. E é sagaz quando apresenta as três vertentes da globalização no mundo; a globalização como é posta, a globalização da perversidade e o mundo por uma outra globalização.
No decorrer do documentário é apresentada uma série de acontecimentos no mundo inteiro que focam a atenção nas causas que esta sociedade capitalista centraliza, a fim de obter benefícios próprios em detrimento da desorganização do território, da apropriação de bens comuns e do uso privado de riquezas mundiais por parte de uma minoria. Apropriações indevidas que geraram tensões por tentar deter grandes bens nas mãos de pequenos grupos, enquanto se assolava o estado de miséria e a sociedade crônica para todo o resto.
A tentativa de privatização da água potável em Cochabamba, Bolívia em 2000 e o 3º Fórum Mundial da Água em Kioto, Japão em 2003, foram eventos que chamaram a atenção do mundo para os efeitos da famigerada globalização frente à sociedade capitalista na qual vivemos.
Em meio à crise financeira, ao estado de caos que se encontra, tem-se o crescimento crônico do desemprego, a fome e o desabrigo que cada vez mais se alastra. Os baixos salários, o estado de mendicância e miséria em que as pessoas são postas, crescem diretamente proporcional ao que chamamos do segundo efeito da globalização, ou globalização da perversidade, em que a pobreza é vista com naturalidade.
Enquanto isto, a sociedade se divide em dois grandes grupos; “o grupo dos que não comem e o grupo dos que não dormem com receio do grupo dos que não comem.” (José de Castro). E Milton Santos ainda afirma que “produzimos mais comida do que consumimos”. E esta sociedade subdividida permanece criando barreiras de segregação. Sejam estas barreiras físicas – Muralha da China e Muro de Berlim – ou barreiras simbólicas – que é a que a Europa mantém contra os estrangeiros e clandestinos, a fronteira entre o México e o EEUU, onde a migração não é desejada.
Adiante os acontecimentos tem a mídia como a fábula da globalização, que assume o papel de intermediação diante desta, pois controla a interpretação do que acontece no mundo, em que não há produção excessiva de notícias, e sim de ruídos.
Contudo, a revanche é feita. Os grupos que são massacrados e postos à margem deste processo atroz de desenvolvimento global ganham força com seus movimentos e buscam reverter a ordem de tudo que está posto. A África e a América Latina são os gigantes despertando para os problemas que lhe são causados, e que não se promovem por quem lá habita e sim pelos grandes “olheiros” e investidores de mercado que ambicionam ganhar espaço para depois explorá-lo. E não há melhor modo de fazer isto, senão criando confrontos entre os grupos para adquirirem espaços de dominação.
Com o despertar destes grandes pólos de desenvolvimento, os espaços cada vez mais são tomados e causam incômodo. Daí tem os olhares do norte x os olhares do sul, que propicia a observação da diferenças de pólos econômicos em blocos capitalistas distintos; os que produzem e os que consomem. Numa fala mais íntima do que possa representar os grupos que tem e os grupos que não tem moeda de consumo numa sociedade que impera a globalização da perversidade.
E Milton Santos afirma que: “Não há cidadania no Brasil. A classe média não requer direitos, e sim privilégios.” O estado de cidadania nos é roubado pelo jogo de interesse no qual esta classe promove. Mas Milton Santos é perspicaz ao frisar que estas ações não são promovidas de modo estanque pelo Estado, e afirma que: “As fontes criadoras de diferenças e desigualdades são mais fortes que as ações do Estado. Para isto, é necessário um Estado socializante.”
Diante deste Estado socializante a ser construído há também uma sociedade e Milton Santos é muito feliz quando diz que esta sociedade na qual vivemos ainda é um ensaio; ela nunca existiu.
Resenha retirada daqui.
SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 27 de novembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

28ª Sessão Online do BG


Baseado em uma história real.
Finalista do Yourfilmfestival, festival do Youtube.

NORTH ATLANTIC (Atlântico Norte)


P.S. É possível entender os diálogos em inglês através da opção translate captions, dentro do menu CC (closed captions). É uma tradução automática, mas segundo o diretor "espero que seja o suficiente para o partilhar"

Sinopse: Um controlador aéreo numa pequena ilha dos Açores entra em contacto com um piloto solitário, perdido sobre o Atlântico. Esta será a primeira e última conversa entre os dois.

Gênero: Drama
Direção: Bernardo Nascimento
Ano: 2010
Duração: 15'
País: Portugal


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

27ª Sessão Online do BG


COPYRIGHT COPS

"Ideias e vontades isoladas estão perdendo valor. Talvez nunca tenham valido se não associadas à mão na massa. Todo mundo é criativo, mas exitem mais pessoas inertes do que dispostas à realizações. Alguns projetos morrem, mas uma boa ideia é capaz de tirar pessoas da sua zona de conforto, e é aí que está o desafio, fazer a máquina girar."(retirado daqui)


Sinopse: Um filme opensource sobre direitos autorais, adolescentes e Internet.

Gênero: Ficção
Direção: Julio Secchin
Ano: 2010
Duração: 6'
País: Brasil

domingo, 11 de novembro de 2012

Os 12 Trabalhos


Prêmios

FESTIVAL DO RIO
Ganhou
Melhor Ator - Sidney Santiago

CINE PE - FESTIVAL DO AUDIOVISUAL
Ganhou
Melhor Diretor - Ricardo Elias
Melhor Ator - Sidney Santiago
Melhor Ator Coadjuvante - Flávio Bauraqui
Melhor Roteiro
Melhor Trilha Sonora

FESTIVAL DE HAVANA
Ganhou
3º Melhor Filme


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

2º Filme do Ciclo Buraco Negro

Quando penso no filme 'os 12 trabalhos' do cineasta Ricardo Elias, a palavra que vem à minha mente é fidelidade. Isso porque o filme do Ricardo e de sua excelente equipe de realizadores conseguiu uma excelência estética fora do padrão visto por ai. Estamos acostumados com as produções de tevê que geralmente nos mostra uma realidade estética muitas vezes caricata, traidora, onde tudo parece muito 'plástico', pré-moldado, que só nos faz lembrar do quão ficcional a película é. Não é o caso deste filme. '12 trabalhos' leva a uma imersão quase imparcial na cidade de São Paulo e na psique de seus moradores. Chega a ser assustador saber que conhece tantas pessoas que agem e falam como as pessoas no filme. A fidelidade está próxima ao relato de um escritor sobre suas personagens, só que feito de forma visual.

O filme gira em torno do adolescente Héracles (Sidney Santiago) - referência ao mito de Hércules e seus 12 trabalhos. Héracles, recém, saído da Febem, aceita a proposta de trabalho feita pelo primo Jonas (Flávio Bauraqui) para trabalhar consigo numa empresa de motoboys. Assim como no mito, Héracles tem de realizar diversos trabalhos corriqueiros e aparentemente fáceis de cumprir.

Ao longo do filme, Héracles vai passando por diversas situações de tensão, medo, alegria, melancolia, ter a sensação de falhar novamente e quase perder as esperanças. Um aparente primeiro beijo numa linda e desiludida ex-amante de seu primo, pagar com um desenho o pastel oferecido por uma bela atendente de barraca de feira, trocar envelopes de clientes, servir em uma ocasião de 'aviãozinho' para um colega de trabalho. Mostra o rito de passagem que o adolescente enfrenta para ser tornar um homem, mesmo que não se possa definir de qual estirpe.

O filme conta com uma belíssima atuação do jovem Sidney Santiago (Héracles) - que é um excelente ator e promete ainda muito mais; Flávio Bauraqui (Jonas), que ganhou o prêmio de 'Melhor Ator' no Festival do Rio, por "Quase Dois Irmãos" (2005); Lucinha Lins (Carmem) em uma curta, mas ótima atuação.

(...) O filme é um convite à reflexão sobre o que é a realidade, dado que nós só conhecemos a nossa realidade, o nosso dia-a-dia, sendo que desta forma a palavra 'realidade' perde todo o sentido de totalidade, diluída em pieguices e ignorância.

(Retirado daqui)

SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 13 de novembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

26ª SESSÃO ONLINE DO BG


Sinopse: Garotinha é atraída para uma loja de brinquedos por um boneco que se parece exatamente com ela.

Gênero: Animação
Direção: Rodrigo Blaas
Ano: 2009
Duração: 5'
País: Espanha

domingo, 4 de novembro de 2012

Madame Satã



Satã é como os galos em rinha mostrados por instantes em Paixão Nacional: fronte em riste para enfrentar todas as porradas e revidar na maneira do possível. Tudo, até a morte, menos capitular. (Ruy Gardnier)


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

1º Filme do Ciclo Buraco Negro


Desde o primeiro segundo, quando os créditos com letras brilhantes feitas de lantejoulas aparecem, a personalidade exuberante de João Francisco dos Santos transparece. A mescla de bestialidade e sexualidade, presentes de maneira marcante na personalidade e no cotidiano dele, são, basicamente, a introdução a esse indivíduo. E quando os créditos finais aparecem, a persona da Madame Satã é fluentemente identificada e compreendida por nós. Principalmente pela facilidade com que ela é representada pelo ator Lázaro Ramos, que apresenta o carisma e estabelece a convicção com que João tomava suas atitudes e, dessa forma, nos faz simpatizar por ele, mesmo quando ele se mostrava irracional.
A família disfuncional em que vive João torna-se, talvez, o principal elo entre ele o público. Assumindo o papel de matriarca, ele ao mesmo tempo que serve de conselheiro para a prostituta Laurita, interpretada por Marcélia Cartaxo, também cuida da filha dela, quase assumindo o papel de mãe da criança. E ainda se vê responsável pelo espevitado Tabu, que é maravilhosamente interpretado por Flávio Bauraqui, o grande destaque do ótimo elenco coadjuvante, mostrando-se capaz de transmitir alma de “moça na puberdade” do personagem. Estabelecendo-se como chefe de família desses três indivíduos negligenciados, Lázaro Ramos ainda soma a essa relação sentimentos de carinho e rigidez para com eles, como se João também cumprisse o papel de um pai rigoroso.
Mas o aspecto mais marcante é a sexualidade latente e sem pudores exposta no filme. O diretor Karim Aïnouz muitas vezes aproxima a câmera dos personagens como se fosse um animal identificando o outro pelo cheiro ou apenas espia, atrás de objetos e pessoas, a ação. As cenas de sexo de João com outros homens são de uma sexualidade bruta, evidenciando a natureza agressiva do personagem. Esse sentimento se estende a caracterização perfeita dos becos e ruelas da Lapa que, de certa forma, também contribuem para a formação dele. No entanto, a falta de um arco dramático faz com que o filme seja questionado como um todo, pois ele se passa sem ter um cena de catarse. E o que seria o clímax final é construído somente para que o personagem principal grite uma constatação que público já fez desde o início, de que a bestialidade e a sexualidade é que fazem dele a Madame Satã.
(retirado daqui)
SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 06 de novembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

25ª SESSÃO ONLINE DO BG

"A única vantagem dos solitários é poder ir ao banheiro sem fechar a porta" (Sérgio Porto)

TECNICOLOR

Sinopse: O individualismo no contexto de um mundo cheio de gente igual onde duas pessoas que jamais se viram, compartilham do mesmo sentimento: uma incompletude que é intensificada por uma rotina sem graça. Cinéfilos, o único momento em que se sentem mais "coloridos" é quando vão ao cinema. 

Gênero: Drama (será?)
Direção: Rodrigo Donza
Ano: 2012
Duração: 5'
País: Brasil

domingo, 28 de outubro de 2012

CARREIRAS

Metalinguagem, baixo orçamento e clima febril = Carreiras.


Carreiras diz e mostra que a ficção pode ser feita com criatividade e simplicidade, sem grandes custos e que isso deve ser estimulado. Porque filmes são feitos para serem vistos!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

5º Filme do Ciclo Buraco Junkie


CURIOSIDADES:

No 33º Festival de Gramado, em 2005, o cineasta Domingos de Oliveira lançou seu manifesto BOAA – filmes de Baixo Orçamento e Alto Astral, com o filme “Carreiras”.

O filme exemplificava, naquela época, um modelo de produção oposto ao “Gaijin – Ama-me como Sou”, de Tizuka Yamasaki – o primeiro com orçamento na casa dos mil, e o segundo na casa dos milhões.  O Festival de Gramado acabou dando quatro prêmios para “Gaijin” – Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Aya Ono) e Melhor Trilha Sonora; já “Carreiras” saiu com o prêmio de Melhor Atriz para Priscila Rozenbaum. 



“Carreiras” é um tour de force de Priscila Rozenbaum, esposa de Domingos e atriz de seus longas desde “Amores” – e co-roterista deste e de “Separações”. O filme é como um grande monólogo da atriz, ainda que conte com a atuação de alguns outros, inclusive o próprio Domingos.

Em “Carreiras”, Priscila Rozenbaum é Ana Paula, uma jornalista de 40 anos em crise na profissão. Não necessariamente por sua causa, mas pela chefia de seu programa de televisão, em que atua como âncora, que a pretere por mulheres mais jovens. 

O filme acompanha uma noite dessa explosiva mulher, ao mesmo tempo em xeque com sua carreira de jornalista e a ética – ou falta dela - que norteia a profissão, e com as intermináveis carreiras de cocaína que consome durante o período.


O extrato abaixo deu origem ao filme:


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

24ª SESSÃO ONLINE DO BG


Do lema: Sempre confie em seus instintos.

WILDEBEEST (Gnu)


Sinopse: Dois gnus às margens do rio Mara no Serengeti
Gênero: Animação
Direção: Ant Blades
Ano: 2012
Duração: 1'
País: Inglaterra

domingo, 21 de outubro de 2012

Árido Movie

Forquilhas, pregadores de estrada, chá de índio, plantações de maconha, night club, vingança, barbas brancas, ares de Canudos = ÁRIDO MOVIE. E aí apareceu a água...Quem nunca se sentiu estrangeiro de seu próprio lugar?



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

4º Filme do Ciclo Buraco Junkie



Um dos traços mais marcantes do chamado movimento mangue beat, que ganhou popularidade na virada do século em Pernambuco, foi uma inversão na forma como os burgueses do Recife viam a si próprios. De repente, a vergonha que sentiam por viver num lugar inóspito, do ponto de vista cultural, deu lugar a um orgulho palpável por estar geograficamente próximos de um grupo de pessoas celebradas nacionalmente como renovadores de uma tradição cultural. Nesse sentido, “Árido Movie” (Brasil, 2006) é um legítimo representante da cultura mangue no cinema. O filme, vencedor do Cine PE em 2006, celebra alegremente os ícones do Pernambuco jovem dessa turma.
Em resumo, “Árido Movie” é um catálogo de imagens do que significa ser, em 2005, um pernambucano de classe média, numa faixa etária entre 20 e 40 anos, vivendo num padrão de classe média e com alguma sensibilidade artística, em uma cidade do Grande Recife: praia de Boa Viagem, bares como Casa de Banhos e Biruta, o jornalista Xico Sá, cerveja, maconha, falta d’água, calor, Marco Zero, o músico Lirinha, mais maconha, Vale do Catimbau, um serão nostálgico e afetivo, o cantor Ortinho, e mais maconha. Essa reunião de ícones traduz o ambiente em que vive a galera mangue, e o filme emula tudo isso muito bem. 
(...) A trama em si é bastante interessante, aglutinando novos e velhos elementos característicos da cultura pernambucana. O protagonista é um expatriado. Jonas (Guilherme Weber) trabalha como homem do tempo numa grande emissora de TV. Quando o pai (Paulo César Pereio) que ele não vê desde criança morre, assassinado na fictícia cidade sertaneja de Rocha, ele é obrigado a voltar a Pernambuco para enterrar o parente, metendo-se inadvertidamente numa tentativa de vingança bem típica do Sertão, arquitetada por tios, primos e irmãos (Matheus Nachtergaele, Aramis Trindade, o cantor Ortinho) que fazem o tipo “brucutus sertanejos desconfortáveis com o menino mimado da cidade grande”.
(...) Outro ponto curioso é a fotografia de Murilo Salles, um profissional que não atuava na função há 20 anos. As composições cuidadosas (excelente a tomada aérea que emoldura os créditos, na abertura), os longos planos com a câmera em movimento (alguns soando como exibicionismo gratuito, como o plano circular entre as pedras do Cachorro e do Elefante) e enquadramentos caprichados dão a impressão de uma obra sofisticada, mas por outro lado o tratamento da luz pode ser, para alguns, problemático. As cenas interiores têm iluminação quase expressionista, cheia de sombras e pontos escuros, enquanto os espaços externos são mostrados em frios tons azulados, sem a luz ofuscante que caracteriza a região. É um sertão de sonho, irreal. 
(retirado daqui)
SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 23 de outubro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu