quarta-feira, 28 de novembro de 2012

29ª Sessão Online do BG

PARA INGLÊS VER







Sinopse:  Conduzidos por jeeps e guias, turistas estrangeiros anseiam por descobrir o “exótico” universo da favela. A pobreza transformada em atrativo provoca profundas discussões sobre a favela, a cidade e o turismo.

Gênero: Documentário
Direção: Vitor Granado e Robson Dias
Ano: 2008
Duração: 25'
País: Brasil

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá



Milton Santos é a ponte com o público. Não se trata de um documentário sobre ele, mas por meio dele e legitimado por sua voz. Suas frases explicitam com todas as letras a tirania existente sob o manto sagrado da democracia... Pra fechar o Buraco Negro.






sábado, 24 de novembro de 2012

3º Filme do Ciclo Buraco Negro


No filme “Encontro com Milton Santos – O mundo global visto do lado de cá”, é feito um recorte singular sobre a globalização, a sociedade de consumo, as divisões que esta sociedade se encontra, o território, os efeitos famigerados da globalização, as crises que esta promove, as barreiras físicas e simbólicas postas pelo capitalismo como efeito da globalização, o papel da mídia e as revanches organizadas por suas maiores vítimas.
A crise se estabelece e Milton Santos faz este alerta quando afirma que: “O consumo é o grande fundamentalismo”. E é sagaz quando apresenta as três vertentes da globalização no mundo; a globalização como é posta, a globalização da perversidade e o mundo por uma outra globalização.
No decorrer do documentário é apresentada uma série de acontecimentos no mundo inteiro que focam a atenção nas causas que esta sociedade capitalista centraliza, a fim de obter benefícios próprios em detrimento da desorganização do território, da apropriação de bens comuns e do uso privado de riquezas mundiais por parte de uma minoria. Apropriações indevidas que geraram tensões por tentar deter grandes bens nas mãos de pequenos grupos, enquanto se assolava o estado de miséria e a sociedade crônica para todo o resto.
A tentativa de privatização da água potável em Cochabamba, Bolívia em 2000 e o 3º Fórum Mundial da Água em Kioto, Japão em 2003, foram eventos que chamaram a atenção do mundo para os efeitos da famigerada globalização frente à sociedade capitalista na qual vivemos.
Em meio à crise financeira, ao estado de caos que se encontra, tem-se o crescimento crônico do desemprego, a fome e o desabrigo que cada vez mais se alastra. Os baixos salários, o estado de mendicância e miséria em que as pessoas são postas, crescem diretamente proporcional ao que chamamos do segundo efeito da globalização, ou globalização da perversidade, em que a pobreza é vista com naturalidade.
Enquanto isto, a sociedade se divide em dois grandes grupos; “o grupo dos que não comem e o grupo dos que não dormem com receio do grupo dos que não comem.” (José de Castro). E Milton Santos ainda afirma que “produzimos mais comida do que consumimos”. E esta sociedade subdividida permanece criando barreiras de segregação. Sejam estas barreiras físicas – Muralha da China e Muro de Berlim – ou barreiras simbólicas – que é a que a Europa mantém contra os estrangeiros e clandestinos, a fronteira entre o México e o EEUU, onde a migração não é desejada.
Adiante os acontecimentos tem a mídia como a fábula da globalização, que assume o papel de intermediação diante desta, pois controla a interpretação do que acontece no mundo, em que não há produção excessiva de notícias, e sim de ruídos.
Contudo, a revanche é feita. Os grupos que são massacrados e postos à margem deste processo atroz de desenvolvimento global ganham força com seus movimentos e buscam reverter a ordem de tudo que está posto. A África e a América Latina são os gigantes despertando para os problemas que lhe são causados, e que não se promovem por quem lá habita e sim pelos grandes “olheiros” e investidores de mercado que ambicionam ganhar espaço para depois explorá-lo. E não há melhor modo de fazer isto, senão criando confrontos entre os grupos para adquirirem espaços de dominação.
Com o despertar destes grandes pólos de desenvolvimento, os espaços cada vez mais são tomados e causam incômodo. Daí tem os olhares do norte x os olhares do sul, que propicia a observação da diferenças de pólos econômicos em blocos capitalistas distintos; os que produzem e os que consomem. Numa fala mais íntima do que possa representar os grupos que tem e os grupos que não tem moeda de consumo numa sociedade que impera a globalização da perversidade.
E Milton Santos afirma que: “Não há cidadania no Brasil. A classe média não requer direitos, e sim privilégios.” O estado de cidadania nos é roubado pelo jogo de interesse no qual esta classe promove. Mas Milton Santos é perspicaz ao frisar que estas ações não são promovidas de modo estanque pelo Estado, e afirma que: “As fontes criadoras de diferenças e desigualdades são mais fortes que as ações do Estado. Para isto, é necessário um Estado socializante.”
Diante deste Estado socializante a ser construído há também uma sociedade e Milton Santos é muito feliz quando diz que esta sociedade na qual vivemos ainda é um ensaio; ela nunca existiu.
Resenha retirada daqui.
SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 27 de novembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

28ª Sessão Online do BG


Baseado em uma história real.
Finalista do Yourfilmfestival, festival do Youtube.

NORTH ATLANTIC (Atlântico Norte)


P.S. É possível entender os diálogos em inglês através da opção translate captions, dentro do menu CC (closed captions). É uma tradução automática, mas segundo o diretor "espero que seja o suficiente para o partilhar"

Sinopse: Um controlador aéreo numa pequena ilha dos Açores entra em contacto com um piloto solitário, perdido sobre o Atlântico. Esta será a primeira e última conversa entre os dois.

Gênero: Drama
Direção: Bernardo Nascimento
Ano: 2010
Duração: 15'
País: Portugal


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

27ª Sessão Online do BG


COPYRIGHT COPS

"Ideias e vontades isoladas estão perdendo valor. Talvez nunca tenham valido se não associadas à mão na massa. Todo mundo é criativo, mas exitem mais pessoas inertes do que dispostas à realizações. Alguns projetos morrem, mas uma boa ideia é capaz de tirar pessoas da sua zona de conforto, e é aí que está o desafio, fazer a máquina girar."(retirado daqui)


Sinopse: Um filme opensource sobre direitos autorais, adolescentes e Internet.

Gênero: Ficção
Direção: Julio Secchin
Ano: 2010
Duração: 6'
País: Brasil

domingo, 11 de novembro de 2012

Os 12 Trabalhos


Prêmios

FESTIVAL DO RIO
Ganhou
Melhor Ator - Sidney Santiago

CINE PE - FESTIVAL DO AUDIOVISUAL
Ganhou
Melhor Diretor - Ricardo Elias
Melhor Ator - Sidney Santiago
Melhor Ator Coadjuvante - Flávio Bauraqui
Melhor Roteiro
Melhor Trilha Sonora

FESTIVAL DE HAVANA
Ganhou
3º Melhor Filme


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

2º Filme do Ciclo Buraco Negro

Quando penso no filme 'os 12 trabalhos' do cineasta Ricardo Elias, a palavra que vem à minha mente é fidelidade. Isso porque o filme do Ricardo e de sua excelente equipe de realizadores conseguiu uma excelência estética fora do padrão visto por ai. Estamos acostumados com as produções de tevê que geralmente nos mostra uma realidade estética muitas vezes caricata, traidora, onde tudo parece muito 'plástico', pré-moldado, que só nos faz lembrar do quão ficcional a película é. Não é o caso deste filme. '12 trabalhos' leva a uma imersão quase imparcial na cidade de São Paulo e na psique de seus moradores. Chega a ser assustador saber que conhece tantas pessoas que agem e falam como as pessoas no filme. A fidelidade está próxima ao relato de um escritor sobre suas personagens, só que feito de forma visual.

O filme gira em torno do adolescente Héracles (Sidney Santiago) - referência ao mito de Hércules e seus 12 trabalhos. Héracles, recém, saído da Febem, aceita a proposta de trabalho feita pelo primo Jonas (Flávio Bauraqui) para trabalhar consigo numa empresa de motoboys. Assim como no mito, Héracles tem de realizar diversos trabalhos corriqueiros e aparentemente fáceis de cumprir.

Ao longo do filme, Héracles vai passando por diversas situações de tensão, medo, alegria, melancolia, ter a sensação de falhar novamente e quase perder as esperanças. Um aparente primeiro beijo numa linda e desiludida ex-amante de seu primo, pagar com um desenho o pastel oferecido por uma bela atendente de barraca de feira, trocar envelopes de clientes, servir em uma ocasião de 'aviãozinho' para um colega de trabalho. Mostra o rito de passagem que o adolescente enfrenta para ser tornar um homem, mesmo que não se possa definir de qual estirpe.

O filme conta com uma belíssima atuação do jovem Sidney Santiago (Héracles) - que é um excelente ator e promete ainda muito mais; Flávio Bauraqui (Jonas), que ganhou o prêmio de 'Melhor Ator' no Festival do Rio, por "Quase Dois Irmãos" (2005); Lucinha Lins (Carmem) em uma curta, mas ótima atuação.

(...) O filme é um convite à reflexão sobre o que é a realidade, dado que nós só conhecemos a nossa realidade, o nosso dia-a-dia, sendo que desta forma a palavra 'realidade' perde todo o sentido de totalidade, diluída em pieguices e ignorância.

(Retirado daqui)

SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 13 de novembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

26ª SESSÃO ONLINE DO BG


Sinopse: Garotinha é atraída para uma loja de brinquedos por um boneco que se parece exatamente com ela.

Gênero: Animação
Direção: Rodrigo Blaas
Ano: 2009
Duração: 5'
País: Espanha

domingo, 4 de novembro de 2012

Madame Satã



Satã é como os galos em rinha mostrados por instantes em Paixão Nacional: fronte em riste para enfrentar todas as porradas e revidar na maneira do possível. Tudo, até a morte, menos capitular. (Ruy Gardnier)


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

1º Filme do Ciclo Buraco Negro


Desde o primeiro segundo, quando os créditos com letras brilhantes feitas de lantejoulas aparecem, a personalidade exuberante de João Francisco dos Santos transparece. A mescla de bestialidade e sexualidade, presentes de maneira marcante na personalidade e no cotidiano dele, são, basicamente, a introdução a esse indivíduo. E quando os créditos finais aparecem, a persona da Madame Satã é fluentemente identificada e compreendida por nós. Principalmente pela facilidade com que ela é representada pelo ator Lázaro Ramos, que apresenta o carisma e estabelece a convicção com que João tomava suas atitudes e, dessa forma, nos faz simpatizar por ele, mesmo quando ele se mostrava irracional.
A família disfuncional em que vive João torna-se, talvez, o principal elo entre ele o público. Assumindo o papel de matriarca, ele ao mesmo tempo que serve de conselheiro para a prostituta Laurita, interpretada por Marcélia Cartaxo, também cuida da filha dela, quase assumindo o papel de mãe da criança. E ainda se vê responsável pelo espevitado Tabu, que é maravilhosamente interpretado por Flávio Bauraqui, o grande destaque do ótimo elenco coadjuvante, mostrando-se capaz de transmitir alma de “moça na puberdade” do personagem. Estabelecendo-se como chefe de família desses três indivíduos negligenciados, Lázaro Ramos ainda soma a essa relação sentimentos de carinho e rigidez para com eles, como se João também cumprisse o papel de um pai rigoroso.
Mas o aspecto mais marcante é a sexualidade latente e sem pudores exposta no filme. O diretor Karim Aïnouz muitas vezes aproxima a câmera dos personagens como se fosse um animal identificando o outro pelo cheiro ou apenas espia, atrás de objetos e pessoas, a ação. As cenas de sexo de João com outros homens são de uma sexualidade bruta, evidenciando a natureza agressiva do personagem. Esse sentimento se estende a caracterização perfeita dos becos e ruelas da Lapa que, de certa forma, também contribuem para a formação dele. No entanto, a falta de um arco dramático faz com que o filme seja questionado como um todo, pois ele se passa sem ter um cena de catarse. E o que seria o clímax final é construído somente para que o personagem principal grite uma constatação que público já fez desde o início, de que a bestialidade e a sexualidade é que fazem dele a Madame Satã.
(retirado daqui)
SERVIÇO
    Cineclube Buraco do Getúlio
    Dia 06 de novembro, terça, às 20h
    Casa de Cultura de Nova Iguaçu
    Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
    Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu