sábado, 29 de outubro de 2011

À meia-noite levarei sua alma

Em meados de 1963, uma história curiosa corria pelo meio cinematográfico de São Paulo: um maluco, acompanhado de um séquito de seguidores que o chamavam de mestre, estava realizando um filme sem qualquer verba em um galpão na capital paulista. O maluco era dono de um obscuro “curso de cinema” e tinha diversas passagens pela imprensa sensacionalista como salafrário. 

O maluco em questão era José Mojica Marins – e era quase verdade que naquele momento, realizava um filme sem verba alguma, patrocinado apenas pela idolatria de seus “alunos”. Antes daquele filme, Mojica vinha de duas experiências fracassadas como diretor e chegara a passar fome por conta do seu sonho de filmar. Para a concretização daquela nova aventura, contava com o dinheiro arrecadado entre a turma e... a venda dos móveis e utensílios domésticos da sua casa, além de grande parte das próprias roupas! Mojica não tinha mais casa, sua mulher esperava um filho e ele achou por bem “morar” no estúdio, dentro do caixão que servia de cenário. 

Não estamos obviamente falando de um homem comum, estamos falando de um gênio. Sem nunca ter entrado sequer em um curso básico de cinema, aquele paulistano da Casa Verde se metia a dirigir filmes e dar aulas do assunto. Seu pai tinha um cinema, verdade, mas donos de cinema nunca geraram filhos diretores. Quando aos vinte e oito anos de idade sua existência parecia condenada ao desespero – por conta dos retumbantes fracassos naquela que era a única coisa que acreditava fazer –, o jovem Mojica teve um sonho. E o sonho salvou sua vida profissional para sempre.

No sonho Mojica viu Zé. Encrespou-se para o gabinete do “curso” e solicitou que uma das alunas, que fazia as vezes de secretária, transcrevesse suas idéias para o papel. Do medo e do incômodo que sentiu por Zé, criou um argumento. Convocou os alunos e decidiu: “Vamos filmar”. Foi dessa forma que nasceu Zé do Caixão, e em 1964 chegou aos cinemas de São Paulo um filme com o gaiato título de “À meia-noite levarei sua alma”.

Zé do Caixão, não era nem é uma assombração, como muitos ainda pensam. Zé é apenas um cético, um zombeteiro, que acredita na força humana contra a punição divina. É um artífice de Nieztche, por um homem que nunca leu um livro. Talvez Mojica tenha temido o pesadelo com Zé do Caixão, porque Zé do Caixão afinal era ele próprio – e falava de seus medos, angústias e desejos mais contidos. 

Em “À meia-noite...” Zé aterroriza uma cidade apenas com sua força. Parodiando o escritor Lúcio Cardoso, Zé do Caixão “não é um homem, é uma atmosfera”. Por onde passa espalha desgraça, covardia, pusilanimidade. Contrariando a ordem da Igreja, come carne de carneiro na sexta-feira santa. Toma dinheiro dos matutos da aldeia e quando um corajoso nega pagamento, decepa-lhe os dedos.

Além de todas estas atividades, Zé também é agente funerário. E, nas horas vagas, sonha em ter um filho, “que perpetue seu sangue”. A esposa não engravida – na vida real a esposa de Mojica também tinha dificuldades de engravidar – e Zé do Caixão dá seu vaticínio: “A mulher que não pode ter filhos não precisa de cuidados” – em seguida, ele a mata.

Zé cobiça a bela Teresinha (Magda Mei, a secretária do curso de Mojica), mas tem o amigo Antônio (Nivaldo de Lima) como rival. Para um homem que tudo pode e que tudo quer, aquilo não é problema. Zé mata Antônio, em cena brilhante. Quando Zé prega seu niilismo e ceticismo, Antônio rebate afirmando-se um conformado com orgulho, um temente a Deus. Zé então apanha uma barra de ferro, assassina Antônio e pergunta: “E agora, de que adiantou sua crença Nele?”.

Depois Zé vai atrás de Teresinha, com quem tem relações sexuais forçadas, enquanto a moça esmaga um passarinho nas mãos. Teresinha se suicida e Zé tem que continuar a matar, para sustentar sua liberdade. As vítimas vão se sucedendo e a descrença e o deboche de Zé aumentam. Tudo culmina em uma volta das almas penadas das vítimas e só nesse ponto é que o filme adquire um tom sobrenatural, de terror inexplicável. Antes Zé era só lógica, era a razão contra a superstição e a crença.

Mojica terminaria o caso melhor se Zé vencesse, triunfasse contra a cidade e provasse que nada existe, que, como ele diz após pisar em um despacho, “estão todos mortos, e mortos não podem fazer mal a ninguém”. Mas a proposta era uma trama além da razão, portanto Zé encontra, no fim da linha, o castigo. E o castigo contraria sua implacável lógica e o joga no difuso, no imponderável, ou como Mojica prefere dizer, nas trevas.

“À meia-noite...” é um filme para poucos. Em 1964, quando foi lançado, Mojica não foi tomado como cineasta, mas como um homem seriamente doente. O sucesso absoluto de público não se converteu sequer em lucro, pois havia vendido seus direitos na estréia por uma ninharia, e só arcou com o ônus das críticas pesadíssimas.

Em resposta, o realizador deu ao povo mais e melhor, em outras pérolas como “O Estranho Mundo de Zé do Caixão” e “Ritual dos Sádicos”. É certo afirmarmos, portanto, que Mojica nunca fez cinema: o cinema é que morava dentro dele e Mojica apenas precisou colocá-lo, espontaneamente, para fora.

(A gente copia pra compartilhar: tirado daqui)


SERVIÇO 
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 01 de novembro, às 19h
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - NI

terça-feira, 25 de outubro de 2011

4º Filme do Ciclo Buraco do Getúlio Convida

Hoje rola o último filme do Ciclo Buraco do Getúlio Convida, 5x FAVELA, AGORA POR NÓS MESMOS. Feito por jovens cineastas, moradores de favelas do Rio de Janeiro, treinados e capacitados a partir de oficinas profissionalizantes de audiovisual, ministradas por grandes nomes do cinema brasileiro, o filme é dividido em 5 ficções, com cerca de 20 minutos cada, sobre diferentes aspectos da vida em suas comunidades.

Em seguida, bate papo com membros da equipe do filme. Curioso pra saber como é o processo de fazer filme? BG de terça em você.

SERVIÇO 
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 25 de outubro, às 19h
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - NI

domingo, 23 de outubro de 2011

Mostra Cine Rock

Quem abre as portas de casa pra qualquer um? Nosso lar é lugar pra compartilhar porque quem mora precisa de afeto e carinho, quem mora quer que os amigos entrem e saem se sentindo em casa, com aquele gostinho de fica aqui um pouco mais...

O BG queria ter uma casa de mil portas para que pudesse receber todo mundo que a gente considera especial. E pra sacudir o tapete de casa e dar boas vindas pra quem também adora escancarar porta de casa a gente tá de braço com a Mostra Independente Cine Rock!

Acontecendo desde 2009 na Baixada Fluminense, a 4ª edição esse ano vai estar no Sylvio Monteiro, dia 11 de dezembro. Em cada edição rolam atrações musicais, projeção de curtas e uma exposição de artes visuais.


Realizado pelo coletivo de criatividade Pública Alternativa, o Cine Rock está com inscrições abertas até dia 05 de novembro nessas mesmas categorias e o BG se transformou em posto de coleta pra galera que queira participar na categoria audiovisual, já que a entrega dos filmes (parte do processo de inscrição) pode ser online, por correio ou via posto de coleta. Ou seja, se você se inscreveu, mas não tem grana para mandar pelo correio ou seu filme não está online, é só levar a cópia no dia que realizamos sessões!

O festival tem uma página no Facebook e se você quiser saber mais, os regulamentos e as fichas para inscrição, é só clicar aqui.

Você, ilustrador, artista plástico, fotógrafo, escultor, performer, pintor, cineasta, músico, dono de canal do youtube, manda sua obra e grita no portão de casa com a gente "Eu quero é rock, beibe!"

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

5 vezes Favela - Agora por nós mesmos

Todos os dias, às 18:30h, na rua das laranjeiras, para ser mais exata bem no prédio da Rio Filme, tenho um encontro marcado com a nostalgia e o projeto ao mesmo tempo. O que acontece comigo nesse encontro? 

Acontece uma mágica. O momento é mágico. Não poderia ocorrer outra coisa, afinal “os caras” que estavam em meus livros estão agora falando comigo, eles falam de futebol também, eles têm corpos enrugados pelo tempo, eles são seres humanos de verdade. Quando eles me fazem uma pergunta, é difícil responder, gosto de ouvi-los o tempo todo, gosto de observar seus gestos de gênios e, sempre que posso, gosto de abraçar-lhes apertado. Mas voltando à nostalgia e ao projeto... Um dia, quando percebi em minha vida que haviam outras pessoas por trás da tela da televisão e o quão poderosas essas pessoas podem ser , tracei um objetivo em meu caminho que talvez pudesse ajudar o mundo ao meu redor, a comunidade de terra em que tomava banhos de chuva e chegava em casa com lama da cabeça aos pés (haja ouvidos para a mãe, coitada!). 

Enfim, meu objetivo era ter a capacidade de falar de igual para igual com “os grandes”, as pessoas que comandam outras pessoas. Entretanto, falar somente a língua deles não me basta mais, agora quero ter a capacidade de fazer com que essas pessoas compreendam a minha língua também, e é disso que trata o filme “5 Vezes Favela – Agora, por nós mesmos”. 

Para que essa compreensão aconteça, ao meu ver, é extremamente necessário que essas pessoas saibam que ao lado da Comunidade Agrícola de Higienópolis (C.A. H.), quando chove, o rio Faria Timbó transborda, e um vizinho corajoso resgata um Jet ski, o liga, coloca sua sunga de praia, e tira uma onda andando de Jet Ski na Av. dos Democráticos; seria bom saberem também que a linha amarela quando construída e não inaugurada, era habitada por nós, crianças ainda, com nossos patins, bicicletas e pipas; aquilo era o Paraíso, meus joelhos contam essa história até melhor do que eu. É bom que todos, além disso, saibam que no tráfico há amigos de infância, amigos que não nasceram delinqüentes e muito menos morreram assim, tiveram um fim que já fora traçado por outras pessoas, aquelas que brincam de ser Deus entre uma taça de hipocrisia e uma pata de Lagosta. 

É, infelizmente discursos comandam vidas. Entre essas coisas todas tem um caso que me intriga muito. Vou pegar o exemplo da minha tia que me criou desde os nove anos de idade e não terminou o 2º grau. O que acontece é que ela assiste a todas as novelas e aos jornais e percebe a diferença entre a câmera HD e a Betacam. Ela desconfia das notícias do Jornal, fala que as coisas não são como mostram pra gente. Esses eventos que citei acima não estão nas colunas sociais, mas é nelas que penso todos os dias durante a preparação para o Filme, a cada cena que me enxergo no roteiro, e por isso o meu encontro nostálgico com o meu projeto de futuro é mágico, estou me tornando menos ignorante, pois estou aprendendo a falar “nós vamos” além do “nós vai”, falar da Favela e dos E.U.A. Saber um pouquinho de tudo é melhor do que falar tudo sobre o nada. 

Agora é por nós mesmos.



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Vento Forte do Levante - Solano Trindade


“Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Piuiiii
Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome.
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem, Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome 
Tantas caras tristes
querendo chegar
em algum destino
em algum lugar
Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome."

A arte poética de Solano Trindade.



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

3º Filme do Ciclo Buraco do Getúlio Convida

Do latim, a palavra Solano significa “O Vento Forte do Levante”, ou como explorou a escola de samba Vai-Vai no carnaval de 1979 “O Vento Forte da África”, ou até mesmo como define Newton Menezes “Vento Forte da África que se sente às vezes na Espanha”. Dessa miríade de traduções o que mais importa é saber que todas correspondem a um único personagem, “forte” na coerência de sua trajetória e como o “vento” volátil na versatilidade de sua arte, eis assim Solano Trindade, homem negro nascido vinte anos depois do fim oficial da escravidão e que não se curvou diante da opressão de cor, de classe e de cultura.

A antropofagia do Vento Forte do Levante

Caminhos e descaminhos de um dos maiores poetas brasileiros: O Vento Forte do Levante - Solano Trindade. BATE PAPO logo em seguida com o diretor:

SERVIÇO 
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 18 de outubro, às 19h
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - NI

domingo, 9 de outubro de 2011

Cartão Postal


Nos bastidores do Cartão Postal
Lançamento nacional da distribuidora de filmes DF5, do Fora do Eixo, o filme Cartão Postal é uma realização do projeto Cinemaneiro, que ministra oficinas e faz exibições de cinema em 18 favelas do Rio de Janeiro. Na entrevista a seguir, diretores do filme e coordenadores do Cinemaneiro contam um pouco sobre a execução do longa, ou melhor, dos vários curtas que resultam no longa.
1. Quando e como foi concebido o filme Cartão Postal?
A parte principal gravamos em meados de 2007, o prólogo em dezembro de 2005 e o curta do final em 2010. Durante alguns anos, o Núcleo de Produção Cinemaneiro se dedicou ao processo de experimentação audiovisual dos participantes, sempre no formato de curta duração. Com a oportunidade de um orçamento (R$ 40.000,00) o longa Cartão Postal foi pensado como uma forma de colocarmos em prática tudo que vínhamos experimentando em pedaços, nos curtas anteriores.
2. Como as histórias foram desenvolvidas? Houve roteiro, escolha de tema ou simplesmente os jovens saíram gravando o que queriam?
Seguimos os conceitos básicos de organização de uma produção, com os departamentos bem definidos, mas como somos parceiros antes de sermos profissionais, a colaboração foi a tônica do processo. Existia uma escaleta da parte principal e os curtas tiveram seus roteiros mais definidos. O encaixe dos curtas ao corpo principal aconteceu em paralelo à montagem/edição do filme, a partir de algumas necessidades encontradas e de algum planejamento prévio, dentro do espírito temporal e atemporal (sim, os dois ao mesmo tempo) que carrega o filme.
3. Como surgiu a proposta de transformar esses pequenos filmes em um longa?
A era da multiplataforma nos instiga a desvendar. Disponibilizar em partes, entender o espectador de forma diferente e não passivo e buscar interatividade foram algumas das linhas de raciocínio que nos levaram a este formato aberto.
4. Qual a intenção na escolha do nome Cartão Postal?
O Rio, dizem, é a porta de entrada do Brasil e um cartão postal dos mais conhecidos mundialmente. Mas não é só de belezas que o Rio é feito. Muito pelo contrário. Contrapor o significado do “cartãozinho” que os turistas levam como lembrança à dura realidade é a intenção. Fazer pensar como estes dois Rios são um e são dois.

5. Como funciona o projeto Cinemaneiro? Conte um pouco dessa história até chegar na concepção do filme.
O Cinemaneiro é um projeto que nasceu como difusão de curtas brasileiros, que tinha oficina de realização cinematográfica em digital como modo de mobilizar os jovens. Rapidamente, já em 2003, dobramos o tempo de curso, entendendo que os participantes queriam mais que serem espectadores.

Mais um ano se passa e elaboramos o Núcleo de Produção Cinemaneiro, para onde os participantes das oficinas introdutórias corriam, com objetivo de experimentarem mais, se especializarem nas suas áreas de interesse e encontrassem outros integrantes deste que já se constituía como um coletivo e pudessem construir seus projetos.

O Cineclube Beco do rato é um destes projetos (que vai para o seu sexto ano de funcionamento semanal) e a própria Cidadela é a ONG fundada a partir das necessidades e anseios desta rapaziada introduzida no audiovisual pelas oficinas Cinemaneiro, já misturados aos professores, coordenadores, colaboradores das oficinas.

A escaleta da parte principal do Cartão foi concebida a partir de conversas entre freqüentadores do NUPROCINE e, na oportunidade do investimento da UNIMED no filme, optou-se por um não roteiro, mas na decupagem da escaleta, já com o filme final sendo idealizado.
6. Quantas pessoas participam do projeto?
Nossa equipe varia de acordo com a edição do projeto de oficinas (já foram 4, 6 ou 8 de uma só vez), mas entre equipe fixa e flutuantes, já passaram pelo projeto aproximadamente 50 pessoas, entre gente de cinema e assistentes sociais, por exemplo.

7. Qual o objetivo da produção e divulgação desse projeto?
Além de ser nosso primeiro longa, é de baixíssimo orçamento e se propõe a ser 100% compartilhado. Mostrar nosso trabalho é um dos objetivos, mostrar o baixo orçamento como um bom modelo de produção e comprovar que compartilhando nos conectamos com muito mais agentes, atores, pessoas, coletivos, redes sociais, espectadores.
8. O cinema é uma ferramenta de transformação social? Por quê?
Sim. Além de vivermos cada vez mais com o audiovisual nas nossas vidas, o ser humano é um ser audiovisual. Pense numa palavra qualquer e o que virá a sua cabeça é o objeto que a palavra representa. Quantas vezes sons nos remetem a uma lembrança? Vivemos o cinema, dentro das nossas mentes, de forma inconsciente, mas sempre presente. O cinema materializa e nos faz perceber isso e de que formas podemos interagir mais e melhor.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

2º Filme do Ciclo Buraco do Getúlio Convida


Em 2016, como será o cartão postal do Rio? Como será a vida nas periferias? Cartão Postal mostra um inquieto e multifacetado Rio de Janeiro, em narrativa não-linear, em uma cidade despercebida pelos olhares dos turistas.
Realizado com baixíssimo orçamento, rodado em  formato digital, o filme dialoga com os novos meios de exibição, em principal a internet e conta o cotidiano de Beiço, do rapaz trabalhador ao rei da favela, pelas lentes do projeto Cinemaneiro, da associação Cidadela.








CARTÃO POSTAL - TRAILER from DF5 - Distribuidora de Filmes Fo on Vimeo.

Mais em http://cartaopostal.tnb.art.br/

SERVIÇO 
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 11 de outubro, às 19h
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - NI

terça-feira, 4 de outubro de 2011

1º Filme do Ciclo Buraco do Getúlio Convida!


O convidado é sempre uma pessoa querida, aquele que gostaríamos de compartilhar experiências, carinho e afetividade. O  BG desse mês quer dividir com você nossa admiração por aqueles que estão perto, respirando cinema tanto quanto nós, a nossa lista amiga. Pra startar, o incrível homem de duas cabeças, Paulo Halm e seu divertidíssimo Histórias de Amor duram apenas 90 minutos.


Paulo Halm, diretor-roteirista (ou roteirista-diretor), por ele mesmo:

"Se tem uma coisa que me irrita é quando alguém me chama de escritor. Ainda mais quando é alguém de cinema. Sou um cineasta, ou se preferirem, um técnico em cinema, especializado em roteiro. Não me considero escritor, pelo menos não quando estou trabalhando para cinema. Me incomoda que diretores de fotografia, editores, técnicos de som, produtores, etc, sejam considerados cineastas e o roteirista seja considerado uma espécie de "invasor", um estranho no ninho, como se seu trabalho não fosse parte fundamental e intrínseca da produção de um filme. Não tenho nada contra escritores, romancistas, poetas, dramaturgos, profissionais e artistas que vivem da palavra escrita, mas não acho que o roteirista, por mais que empregue o texto como matéria prima de seu trabalho, esteja fazendo literatura. Está fazendo cinema. Portanto, é um cineasta. Depois de mais de 20 anos trabalhando em cinema, dividido entre roteiro e direção, é isso o que sou: um cineasta. Ainda que, na maioria das vezes, meus filmes não passem de folhas de papel."




SERVIÇO 
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 04 de outubro, às 19h
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - NI