sábado, 22 de maio de 2010

Sessão Abril de 2010


Neste 03 de Abril tivemos mais uma sessão do 
Cineclube Buraco do Getúlio.






Esse mês não tivemos um tema específico, e os filmes que foram exibidos são:

Chifre de Camaleão, de Marão
Sobre a Maré, de Guile Martins
Um Sol Alaranjadode Eduardo Valente


Além disso, tivemos intervenção musical com
SOMOS VideoSoundSystem e a Rádio Rua,
Brechoque dando o tom chique da noite, e
intervenção poética com Vitor Lopes. 

Confira aqui o poema



Poema pro Buraco

Apesar desse um bando de folhas,
Eu não vim aqui pra falar sobre poemas ou coisas que eu já li.
Eu vou falar sobre as histórias, os personagens,
Sobre os filmes que eu já vi.

Já vi máquinas cultivando gente, controlando nossa mente;
Pegando nosso corpo e transformando em bateria,
Numa terra sem Sol, completamente fria.

Já vi um robozinho amarelo, sujo e feito de metal
Ser muito mais humano do que a gente em época de natal.
Ele tava sozinho tentando limpar a sujeira que a gente deixou aqui na terra,
Mas ele viu que a vida era muito mais que isso no momento que ele conheceu a Eva.

Já vi vampiro, lobisomem, bruxa, monstro, fantasma e até a morte em si,
E foi vendo todas essas coisas, ainda quando criança, que meus piores medos eu venci.

Já vi um menino que podia voar quando pensava em coisas alegres
E que vivia num mundo sem dor.
Anos depois eu vi essa mesma história,
Contada pelo ponto de vista de seu escritor.

Descobri com um professor de literatura
Que Carpe Diem significa “Aproveite o Dia”.
Seus alunos passavam o dia inteiro estudando,
Se aventurando ou lendo poesia.

Já vi jóias causarem uma grande confusão:
Como o colar que tinha uma pedra em forma de coração;
A bússola que mostrava sempre a verdadeira direção;
Uma coroa que transformou um menino em rei, no mundo de sua própria imaginação;
Um pingente que era uma bola de gude que na verdade era o Universo em expansão;
Um bracelete que deu de volta a vida ao Escorpião;
E até um anel que tinha o poder de controlar toda uma nação.

Eu gosto da menina do sapato de cristal,
Daquela que dorme e da outra oriental.
Eu gosto da que é bela, da que é pequena
E daquela que tem nome parecido com nome de flor.
Eu gosto da branca e da preta,
Se bem que essa princesa negra é praticamente da minha cor.

Já vi a história da humanidade ser reescrita totalmente ao contrario,
De forma super irrealista.
Que bacana que seria se aquele cinema incendiado
Fosse realmente a morte dos nazistas.

Já vi um peixe procurar por seu filho em pleno mar aberto;
Já vi uma família de super-heróis inteira usar um colan vermelho esperto;
Já vi um formigueiro ser salvo por um circo de insetos;
Já vi carros fugindo, levantando poeira no meio do deserto;
E já vi um cowboy e um astronauta dividirem o mesmo teto.

Eu já vi uma floresta ser destruída por humanos
E uma mulher azul chorar por causa dela.
Eu chorei junto, não vou mentir,
Mesmo sabendo que a história se passava só ali naquela tela.
Que coisa linda aquele povo, tal de Na’vi
O respeito entre eles, a relação deles com a natureza
Quem me dera se as pessoas não se apegassem aos efeitos visuais daquela história,
Mas sim a sua beleza.

Bem, isso foi o melhor que eu pude bolar pra esse buraco livre,
Que não teve tema.
E eu sei que algumas pessoas aqui não vão muito bem com a cara de um poema.
Mas pensando bem, vamos lembrar
Eu não falei nada mais nada menos do que de CINEMA.

Vitor Lopes

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