Quando penso no filme 'os 12 trabalhos' do cineasta Ricardo Elias, a palavra que vem à minha mente é fidelidade. Isso porque o filme do Ricardo e de sua excelente equipe de realizadores conseguiu uma excelência estética fora do padrão visto por ai. Estamos acostumados com as produções de tevê que geralmente nos mostra uma realidade estética muitas vezes caricata, traidora, onde tudo parece muito 'plástico', pré-moldado, que só nos faz lembrar do quão ficcional a película é. Não é o caso deste filme. '12 trabalhos' leva a uma imersão quase imparcial na cidade de São Paulo e na psique de seus moradores. Chega a ser assustador saber que conhece tantas pessoas que agem e falam como as pessoas no filme. A fidelidade está próxima ao relato de um escritor sobre suas personagens, só que feito de forma visual.
O filme gira em torno do adolescente Héracles (Sidney Santiago) - referência ao mito de Hércules e seus 12 trabalhos. Héracles, recém, saído da Febem, aceita a proposta de trabalho feita pelo primo Jonas (Flávio Bauraqui) para trabalhar consigo numa empresa de motoboys. Assim como no mito, Héracles tem de realizar diversos trabalhos corriqueiros e aparentemente fáceis de cumprir.
Ao longo do filme, Héracles vai passando por diversas situações de tensão, medo, alegria, melancolia, ter a sensação de falhar novamente e quase perder as esperanças. Um aparente primeiro beijo numa linda e desiludida ex-amante de seu primo, pagar com um desenho o pastel oferecido por uma bela atendente de barraca de feira, trocar envelopes de clientes, servir em uma ocasião de 'aviãozinho' para um colega de trabalho. Mostra o rito de passagem que o adolescente enfrenta para ser tornar um homem, mesmo que não se possa definir de qual estirpe.
O filme conta com uma belíssima atuação do jovem Sidney Santiago (Héracles) - que é um excelente ator e promete ainda muito mais; Flávio Bauraqui (Jonas), que ganhou o prêmio de 'Melhor Ator' no Festival do Rio, por "Quase Dois Irmãos" (2005); Lucinha Lins (Carmem) em uma curta, mas ótima atuação.
(...) O filme é um convite à reflexão sobre o que é a realidade, dado que nós só conhecemos a nossa realidade, o nosso dia-a-dia, sendo que desta forma a palavra 'realidade' perde todo o sentido de totalidade, diluída em pieguices e ignorância.
(Retirado daqui)
SERVIÇO
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 13 de novembro, terça, às 20h
Casa de Cultura de Nova Iguaçu
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro - Nova Iguaçu
Próximo à Estação de Trem de Nova Iguaçu
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 13 de novembro, terça, às 20h
Casa de Cultura de Nova Iguaçu
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