Enquanto muitos filmes obrigam você a olhar a tela e sujam com imagens e elementos desnecessários, Eryk Rocha pede para que você ouça com atenção.
Em sua primeira ficção, "Transeunte", o cineasta faz de um delicado trabalho de som, combinado com a atuação contida do protagonista, Fernando Bezerra, e o despojamento narrativo, um filme que merece ser descoberto.
Expedito (Bezerra) é uma figura solitária cuja vida grita silenciosamente no desespero de não ser vivida em vão. Ele acaba de se aposentar e perdeu a mãe, com quem sempre viveu. Solteiro e sem filhos, é na sobrinha (Bia Morelli), que o visita no aniversário, que ele tem o único vínculo com outra pessoa. Aqueles que cruzam seu caminho são apenas isso: desconhecidos.
A jornada de Expedito no filme, roteirizado por Eryk e Manuela Dias, é um périplo que se fecha onde começou. Às vezes, o que importa não é onde se chega, mas a jornada em si.
retirado daqui
"A gente só existe pela memória do outro" (Eryk Rocha)
"Tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa.
Tudo que cessa no que vemos é em nós que cessa". (Fernando Pessoa)
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