domingo, 10 de abril de 2011

2º Filme do Ciclo Documentários Musicais


Vida cheia de som e fúria 
Pelo corredor da sala de projeção anda um homem muito mais do que feliz. Ele está pleno, radiante. Os olhos brilham e iluminam o escuro. O peito, estufado em uma de suas peculiares e inseparáveis camiseta preta, bate de emoção, perfeitamente confirmada por largos sorrisos logo ao término da sessão. Branco Mello parece um menino ainda maravilhado com a sua própria façanha e incapaz de parar de lamber a própria cria.

Branco é um dos cinco remanescentes daquela que foi a maior (em tamanho, afinal começaram em número de oito) formação da geração que ajudou a popularizar o rock em verde e amarelo e sedimentá-lo como um grande nicho mercadológico no país. 
No ano em que os Titãs celebra seus 25 anos de carreira e promete um novo disco de inéditas (algo que não ocorre desde 2003) e espera um novo recomeço de carreira (profundamente abalada na última década por causa de seguidas mudanças de gravadoras, a morte trágica do guitarrista Marcelo Frommer e a saída turbulenta e abrupta do baixista/compositor/vocalista Nando Reis), ele dá aos fãs um dos maiores presentes da longa história da banda.
Decalcando o título da biografia literária do grupo (que, por sua vez, fora extraído de um dos versos do hit “Diversão”), o documentário Titãs – A Vida Até Parece Uma Festa chega aos cinemas contando em uma hora e meia toda a carreira através de imagens – muitas delas perdidas para sempre no submundo da história da televisão popular brasileira; algumas outras até então guardadas sob sete chaves em acervos pessoais dos músicos e seus familiares. Curioso, inusitado, divertido, espontâneo, singelo, particular, íntimo, emocionante, bem-humorado e auto-reflexivo: estes são apenas dez dos adjetivos de uma extensa lista que você pode usar para lembrar do que acabara de vez assim que se levantar da cadeira do cinema.
Com a co-direção da Oscar Rodrigues Alves – cineasta que, segundo Branco, foi convocado para dar uma “ótica externa à banda” e “imprimir um lado menos emotivo ao documentário” – o titã filtrou cerca de trezentas horas de imagens brutas. Entre o material não captado e guardado por ele, estavam participações em antigos programas de TV, resgatadas através de pesquisas feitas nos arquivos das emissoras. A dupla ainda lançou mão de precárias gravações em VHS, registradas por amigos e parentes – já que muitas das cenas mais engraçadas, inexplicavelmente, já haviam sido apagadas para sempre pelos próprios canais. A saber de três delas, todas no iniciozinho da carreira: Marília Gabriela apresentando os músicos ao conservadoríssimo ex-presidente Jânio Quadros; Hebe Camargo, do seu sofá, perguntando “isso é punk?” antes de rolar o playback de “Sonífera Ilha”; e alguns músicos participando do quadro Sonho Maluco, apresentado por Gugu Liberato, no qual tinham de salvar uma fã presa por uma “aranha gigante e malvada” em uma grande teia pendurada no alto de um galpão.
Titãs - a vida até parece uma festa: Será que é isso que eu necessito? Confira em:

SERVIÇO
Cineclube Buraco do Getúlio
Dia 12 de abril, às 19h
Rua Getúlio Vargas, 51 - Centro

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